Cidadão Kane (Citizen Kane) é um filme norte-americano de 1941, dos gêneros Ação e Drama. Dirigido por Orson Welles, o longa conta a ascensão de um mito da imprensa americana. De garoto pobre no interior a magnata de um império do jornalismo e da publicidade mundial. Inspirado na vida do milionário William Randolph Hearst.
Em votação realizada em 1998 pelo American Film Institute, "Cidadão Kane" foi escolhido o melhor filme de todos os tempos.
Características do filme
Roteiro: Herman Manckiew e Orson Welles
Elenco: Agnes Moorehead, Buddy Swan, Dorothy Comingore, Erskine Sanford, Everett Sloane, Fortunio Bonanova, George Coulouris, Georgia Backus, Gus Schilling, Harry shannon, Joseph Cotten, Orson Welles, Paul Stewart, Philip Van Zandt, Ray Collins, Ruth Warrick, Sonny Bupp, William Alland
Produção: Orson Welles
Fotografia: Gregg Toland
Trilha Sonora: Bernard Herrmann
Duração: 119 min
Distribuição em DVD: Warner
O filme é considerado "revolucionário" porque faz uso de flashbacks, sombras, tem longas sequências sem cortes, mostra tomadas de baixo para cima, distorce imagens para aumentar a carga dramática; a iluminação é pouco convencional, o foco transita do primeiro plano para o background, os diálogos são sobrepostos e os closes são usados com contenção.
Sobre o diretor Orson Welles
Quando dirigiu, produziu, protagonizou e foi co-roteirista de Cidadão Kane, Welles tinha 25 anos e conquistara fama no rádio: em 1939 fez história ao transmitir programa que simulava uma invasão dos Estados Unidos por marcianos. A primeira entrada da reportagem no ar relatou acontecimentos imprecisos que, nos flashes seguintes, foram se tornando cada vez mais claros e ameaçadores; eram entrevistados populares, autoridades, especialistas etc., compondo um quadro cada vez mais assustador. Baseado no livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, o show radiofônico criou habilmente a ilusão de veracidade, levando os ouvintes ao pânico.
Graças à notoriedade assim conquistada, o diretor novato recebeu da produtora RKO carta branca para dirigir e um orçamento generoso. Confirmando sua índole polêmica, ele fez um filme no qual se identificavam alusões ao magnata das comunicações William Randolph Hearst.
Sinopse
A história conta como o repórter Thompson (Joseph Cotten) reconstitui a trajetória do empresário da imprensa Charles Foster Kane (Welles), buscando decifrar o significado de sua última palavra no leito de morte: "rosebud". A morte de Kane comovera a nação e descobrir o porquê daquela palavra se torna uma obsessão para o jornalista, que acredita poder encontrar nela a chave do significado daquela vida atribulada.
O repórter entrevista, então, as pessoas próximas ao figurão. Um emaranhado de informações vai se costurando à frente dos olhos do espectador, desde a infância pobre, revelando um Kane por vezes perturbado, mas sempre ambicioso. Essa multiplicidade de fontes usadas pelo repórter cria um conjunto de perspectivas diferentes, funcionando como peças do quebra-cabeças que os espectadores vão montando.
Kane herda uma fortuna e deixa de viver com os pais para ser criado por um banqueiro, Walter Parks Thatcher (George Coulouris). Dentre todos os negócios que passam às suas mãos na maioridade, resolve dedicar se a um dos menos rentáveis: um jornal convencional e pouco influente.
Atraindo as estrelas dos veículos concorrentes com salários maiores e praticando um jornalismo agressivo (que frequentemente descamba para o sensacionalismo), Kane consegue sucesso como homem de mídia, criando uma reputação de campeão dos pobres e oprimidos. Tenta carreira na política, concorrendo a governador como candidato independente; quando parece ter a vitória nas mãos, um escândalo provoca sua derrota. Depois de dois casamentos fracassados, passa seus últimos dias sozinho no palácio que construiu e para o qual levou tudo que o dinheiro podia comprar desde obras de arte de valor inestimável até os animais mais exóticos do planeta.
O personagem central vai, aos poucos, perdendo suas virtudes e aumentando seus defeitos. Pode ser visto retrospectivamente como alguém amargo, sombrio, arrogante, manipulador, cruel e impiedoso. Sua trajetória, no entanto, encerra muito do sonho americano: idealismo, espírito de iniciativa, fama, dinheiro, poder, mulheres, imortalidade.
Paralelo entre Kane e Hearst
O óbvio paralelo de Kane (e seu Inquirer) com Hearst (e seu Exnminer) gerou controvérsias e pressões para impedir a montagem e exibição do filme. As similaridades são muitas: Kane construiu um palácio extravagante na Flórida, Hearst tinha um em San Simeon; o personagem teve um caso com uma cantora sem talento, Susan Alexander (Dorothy Comingore), lembrando o que Hearst teve com a jovem atriz Marion Davies. Enquanto o magnata da vida real comprou o estúdio Cosmopolitan Pictures para promover o estrelato de Davies, Kane comprou para Susan um teatro. Entretanto, enquanto Hearst nasceu rico, Kane era filho de uma família humilde.
Prêmios
Oscar: Vencedor do prêmio de melhor roteiro e indicado nas categorias de melhor ator protagonista (Orson Welles), melhor direção de arte preto-e-branco, melhor fotografia preto-e-branco, melhor diretor, melhor montagem, melhor trilha sonora, melhor filme e melhor som.
Associação de Críticos de Nova York (NYFCC 1941, New York Film Critics Circle Awards): Vencedor do Prêmio de Melhor Filme.
Outras informações
Foram selecionados alguns links interessantes com comentários e críticas sobre o filme:
- - O Vaticano recomenda “Cidadão Kane”
- - ROSEBUD - Resenha crítica sobre o filme “Cidadão Kane”, de Orson Welles
- - Cidadão Kane (Citizen Kane) – 1941 - Resenha escrita por Fernando Cardoso
- - Cidadão Kane, por Erich von Stroheim
- - Cidadão Kane - por Rodrigo Cunha
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Fontes: Wikipédia, Cineclick, Webcine, InfoEscola e Adorocinema.